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17.7.03

THE END 

Por motivos que me são estranhos, a "edit page" do meu blog "avariou"... coisas da vida...

Depois de várias tentativas de resolução, decidi desistir... Prontos. Sendo assim, vou criar um blog substituto... Darei notícias.

12.7.03

Palavras de apreço (ou palmadinha nas costas) 

Já aqui deixei por escrito a minha preferência do universo blog nacional pela tertúlia do grupo The Galarzas. Não havendo comparação possível nem óbvia ultrapassagem, não queria deixar de deixar aqui o meu apreço por três outras tertúlias bloguistas (todas num honroso 2º lugar, atrás, naturalmente, dos Galarzas): "O Meu Pipi" (brilhante hemorróida mental, finalmente largada pelo escroto psicótico de um genial aborto [sim, é suposto ser um elogio]), "Gato Fedorento" (o felino que há em nós... ou não...) e "Os Marretas" (os professores que todos gostavam de ter tido).

Como não fui entrevistado pela "Visão", não tive oportunidade de revelar antes os meus preferidos. Está resolvido. Prontos.

O Politicamente Correcto chegou à escola... 

É com agrado que, vagueando pelos blogs da minha preferência, me deparo com a consciência de que, finalmente, o livro mais apreciado pelo "Prontos!" já começou a ser dissecado pela comunicação social nacional. Trata-se de "The Language Police", escrito pela activista norte-americana Diane Ravitch. Ora siga-se o "Público":

O Que as Crianças Americanas Não Podem Ler
Segunda-feira, 07 de Julho de 2003

Regras recolhidas em "The Language Police", de Diane Ravitch, a partir das directivas de editores de manuais e exames para escolas dos EUA. Note-se que este rol não é exaustivo; uma lista semelhante ocupa mais de 30 páginas no livro de Ravitch, que diz continuar a receber novos exemplos dos seus leitores.

palavras proibidas

- Actriz (palavra considerada sexista; usar actor para os dois sexos)

- Adão e Eva (usar "Eva e Adão", para mostrar que os homens não têm precedência)

- Anão (usar "pessoa de reduzida estatura")

- Deus (banida por ter ser discriminatório para os não cristãos)

- Diabo (idem)

- Dogma (considerada etnocêntrica, usar doutrina)

- Escravo (substituir por "escravizado")

- Gordo (usar obeso ou pesado)

- Homem Cro-Magnon (usar "pessoas Cro-Magnon")

- Iate (banida, considerado elitista)

- Maluco, Doido (usar "pessoa com problemas emocionais")

- Leste, Oeste (consideradas eurocêntricas quando usadas para descrever regiões planetárias, usar apenas os nomes de continentes)

temas a evitar em textos de manuais

- Magia, sobrenatural

- Morte

- Aborto

- Doenças

- Teoria da evolução

- Religião

- Questões militares

- Desporto

- Terminologia agrícola, financeira, jurídica, científica

- Política

- Estilos musicais "controversos" (rap, rock n' roll)

- Desemprego

- Criaturas "assustadoras" ou "sujas" (ratos, morcegos, escorpiões)

livros banidos

- "Huckleberry Finn", Mark Twain

- "Não matem a cotovia", Harper Lee

- "Admirável Mundo Novo", Aldous Huxley

- "Uma agulha no palheiro", J. D. Salinger

- "Adeus às Armas", Ernest Hemingway

- "Diário", Anne Frank

- "As vinhas da Ira", John Steinbeck

- "Voando Sobre um Ninho de Cucos", Ken Kesey

- "Fahrenheit 451" (ironicamente, um livro cujo tema é a censura), Ray Bradbury

- "Harry Potter", J.K. Rowling


Para quando a edição portuguesa - não, não a tradução portuguesa, a edição portuguesa... Ou não faz falta?

Dito popular 

"Arre, porra, bardamerda, chiça,
Alho, alho, prepúcio da piça"

Não é bonita a cultura popular?

10.7.03

DEPOIS DE FÉRIAS, AS LÉRIAS DO COSTUME 

Prontos. Acabaram as férias... É verdade, fui de férias e passai agadáveis dias em Lanzarote - recôndita ilha das espanholas Canárias, mais conhecida entre nós por ser a morada fiscal do nobel José Saramago. Mas falo aqui de Lanzarote apenas por uma interessante curiosidada Lanzarotesca (de quixotesca): César Manrique.

Quem é César Manrique? Nada mais que o homem que "inventou" Lanzarote. O homem que pegou numa ilha árida, desértica, ventosa e a transformou numa britânico-germânica estância turística, tão distante da próxima Tenerife como do nosso Algarve dos bilhetes postais...

Graças a Manrique (ainda terei que descortinar se este César local seria um génio generoso ou um déspota artístico), a pequena ilha de Lanzarote é hoje um museu natural, com mais para ver por metro quadrado que o nosso igualmente árido Alentejo em toda a sua extensão.

O arquitecto-pintor-escultor-visionário Manrique não só pegou na obra da Natureza (a mais genial escultora de uma Lanzarote forjada pela lava de incontáveis eupções) para a transformar em percurso coerente, como reinventou a paisagem da ilha, rasgando inacreditáveis miradouros em inacessíveis montes, impensáveis oásis em secas planícies, jardins de cactos em terras de nada, estranhas esculturas em quase todas as rotundas, regras em terras à beira-praia que sem elas seriam Albufeira ou a Praia da Rocha (e para lá caminham hoje, que Manrique já era).

César Manrique - qual Gaudi (com apenas um centésimo do génio de Gaudi), qual Leonardo Da Vinci (sem um milésimo do génio de Leonardo), qual Hundertwasser (tão longe do génio de Hundertwasser) - é tão motivo de fascínio quanto a "sua" ilha e tão objecto de incontáveis histórias quanto a memória popular o merece.

Talvez um dia se conte a história de César Manrique (como a do padre espanhol que nos idos de 1700s contou a história de Timanfaya) - por enquanto, resta a ilha de Lanzarote e a sua história, que ambas se confundem com Manrique.


1.7.03

ESCRITO NUMA PAREDE 

É, na minha modesta opinião, um dos mais curiosos de entre milhares de escritos que povoam as paredes de Lisboa. Encontrei-o hoje e cruzei-me com ele pelo menos duas vezes, em duas paredes diferentes, em duas ruas próximas na zona do Cais do Sodré. Tão eloquente como a frase é o facto de ela aparecer escrita, da mesma forma, como o mesmo formato de letra, a mesma cor, até as mesmas quebras de linha, em duas paredes tão distintas. Como se alguém sentisse necessidade de espalhar a sua palavra pela cidade, qual discípulo embuído de um espírito de missão divina. É, pelo menos, uma atitude nobre...

Reza assim o escrito na parede: «Se a droga te derruba, droga-te sentado!»

Conformismo ou sinal dos tempos?



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