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30.6.03

UM BLOG DO GARAÇAS 

Se por um acaso qualquer o destino vos trouxer a este blog idiota, não percam tempo - saim daqui já! Aproveitem os links aqui na barra da direita e fujam em direcção ao blog dos The Galarzas, o projecto de banda mais inconsequente, impotente, incompleto, inadvertido, inadmissível e inanimado de que há memória.

O blog, esse, é uma imitação rafeira de outros blogs... como este! Mas ao menos tem mais piada... Prontos!

29.6.03

UM PRESENTE DE ANUS 

Como prometido, volto ao tema dos escritos de casa-de-banho... Depois de ter publicado aqui uma recolha destes escritos, sinto-me na obrigação de recomendar um pequeno livro. Chama-se "Um Presente de Ânus - Antologia da Poesia de Retrete" e foi compilado por André Vasques. Editado em 2002 pela Garrido, este pequeno mas divertido "presente" inclui peças muito mais eruditas do que as vistas na "cadeira do poder" (vide entrada anterior). Deixo aqui apenas um cheirinho da coisa (cheirete seria a palavra mais adequada...)

Esta história de terror
foi a mim que aconteceu
da sanita vi saltar
um cagalhão que sem parar
deu meia volta e desceu
sem nunca deixar de olhar
o pobre cu que era o meu
talvez querendo-se vingar
pois quem o cagou fui eu
(pág. 21)

Só filoso a cagar
como fazia o Platão
e se cago, logo existo
e se existo é à pressão
(pág. 23)

A televisão que nós temos
é que me faz concorrência
caga tanto como eu
mas com mais flatulência.
É merda mas com imagem,
vivó Conselho de Gerência
(pág. 27)

Que vivam os resistentes
que aqui vieram cagar
resistiram como heróis
cagando para o Salazar
(pág. 57)



CADEIRA DO PODER 

Depois da Feijoada (vide entrada anterior), toda a gente sabe o que vem... Por isso, decidi recuperar também mais uma daquelas coisas com que habitualmente me cruzo pela Net... São escritos de casa-de-banho - frases, poemas, máximas escritas nas portas e paredes dos WCs públicos deste nosso entretido país, compilados por alguém sem muito que fazer... Voltarei a este tema mais tarde...

Recolha efectuada nas casas de banho da Universidade Independente (Lisboa):
Lá fora és o maior, mas aqui cagas-te todo.
(autor desconhecido)

Aqui cagou Camões
Antes de ser zarolho
Quando viu a merda que fez
até lhe saltou o olho.
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho da Escola Secundária Romeu Correia (Feijó):
as mulheres são como as casas de banho.
ou estão ocupadas ou são uma merda.
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho da Escola Secundária de Cacilhas (Almada):
Se tens amor á nação, põe no cu o que tens na mão!
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho da Escola Secundária D.Manuel II (Porto):
Introduzir a moeda na ranhura!
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho do Instituto Superior Técnico (Lisboa):
Depois de ler tanta merda ... so' me apetece cagar!
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho do Cascais Shopping (Cascais):
Se rugas fossem sinal de velhice
os meus tomates já eram pré-históricos.
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho (Lisboa):
A cagar fiz um charro,
A cagar o acendi,
A cagar o fumei todo,
E a fumar caguei para ti.
(autor desconhecido)

Meu amor:
Quando te amei,
para ti caguei.
Quando te amava,
para ti cagava.
Agora que deixei de te amar,
para ti continuo a cagar.
(autor desconhecido)

Ontem fui ao cemitério,
Cagar atrás de um penedo,
Levantou-se um morto e disse:
Tens um cú que mete medo!
(autor desconhecido)

Recolha efectuada nas casas de banho do McDonald's Saldanha (Lisboa) :
Se és forte como o Sansão, enfia no cu aquilo que tens na mão!
(autor desconhecido)

Recolha efectuada em Casas de Banho não localizadas:
Cagar é uma ARTE
e não uma ciência imunda
o cagalhão bate na água
e a agua bate na bunda.
(autor desconhecido)

O FUTURO DE PORTUGAL ESTÁ NAS TUAS MÃOS!
(autor desconhecido)

Os meus amigos sabem o que é um peido...
É um arroto que não apanhou o elevador.
(autor desconhecido)

À meia luz te vi
À meia luz te amei
E foi à meia luz
Que à merda te mandei!
(autor desconhecido)

Quando fores ao cagatório
e puxares a dura massa
poderás dizer a quem passa
e ás almas do purgatório
tudo pode acontecer
tudo pode suceder
o papel romper
e o dedo no cú meter.
(autor desconhecido)

Some ppl come here to shit and stink
I come here to sit and think.
(autor desconhecido)

Há quem diga que cagar não custa
porque nunca cagou aos molhos
porque quando o cagalhão é grosso
até as lágrimas vem aos olhos.
(autor desconhecido)

Quem aqui vier cagar
É favor trazer papel
Não faça da merda tinta
E dos dedos pincel.
(autor desconhecido)

Neste lugar solitário
Onde a vaidade se acaba
Todo o cobarde faz força
Todo o valente se caga
(autor desconhecido)

Puxei o autoclismo
O cagalhão estremeceu
Deu 2 voltas à pista
Cumprimentou-me e desceu
(autor desconhecido)



FEIJOADA À VINICIUS... 

Quem disse que poeta não pode ser bom na cozinha? Este é um dos poemas mais geniais de Vinicius de Moraes. Porquê? Porque me apetece, prontos.

Feijoada à Minha Moda
por Vinicius de Moraes

Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia eu prometi
Onde, confesso me esqueci
E embora – perdoe – tão tarde

(Melhor do que nunca) este poema
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
Da sua feijoada completa

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho,
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter catado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho – o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contacto mais... vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não seja a contento
Vigiaremos o condimento
Tomando o nosso uísque on the rocks

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão

E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar as postas

De carne seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho)
Que a tornem em excesso opulenta

E – atenção – segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto

Feito o que, retire-se o caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão

Inútil dizer que, entrementes,
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todos contentes
Lindas rodelas de linguiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Dismilinguindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve)
Deve depois frigir a couve
Picada em fogo alegre e presto

Uma farofa? – tem seus dias...
Porém que seja na manteiga
A laranja, gelada em fatias
(Selecta ou da Bahia) – e chega

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco de gordura
Da linguiça na iguaria – e mexa-se.

Que prazer mais um copo pede
Após ter comido um tal feijão?
– Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta... – jamais.
Abraça-a, em Brillat Savarin
O seu Vinicius de Moraes.



NAVEGAR É PRECISO 

Prontos... a coisa já está a andar...

Apareçam ;)

28.6.03

AVISO À NAVEGAÇÃO 

Este blog ainda está em fase experimental. Pedimos desculpa pelo incómodo. Obrigado.

Prontos.


BENVINDOS E PRONTOS 

Pronto, vieram parar ao PRONTOS. Então sejam benvindos.

Espero que estejam prontos para um BLOG absolutamente imblógico - ou seja, um blog feito por um gajo que não percebe nada de blogs e só veio aqui parar porque não tinha mais nada que fazer. Não fosse eu um daqueles portugueses que está sempre atento às novidades... quer dizer, por acaso até nem sou, mas isso são outros tantos. Pronto, já estou a divagar...

Mas permite-me esta reflexão chegar ao mote deste blog. E ele é: A DIVAGAR SE VAI AO LONGE! Ora aí está. Este é o blog oficial da divagação - sem pressas mas sem velocidade limitada; sem tabus nem opiniões formatadas; sem ais nem uis; com 8s e 80s; com ganas e bananas...

Portanto sois todos bem vindos: divaguem, que é bom, bonito e saudável. Prontos.



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